Pré sal: o petróleo não é só do Rio, de São Paulo e do Espírito Santo

Radicalização e clima emocional. Foi com esse tom e dessa forma que o governo do Rio de Janeiro armou o maior espetáculo na última quinta feira (10/11), no centro da cidade, em protesto contra a nova partilha dos royalties do petróleo do pré-sal.

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Uma passeta que movimentou 150 mil pessoas e que foi, em grande parte, financiada pelo poder público já que o ponto dos servidores foi liberado e o transporte era gratuito. Enfim, um grande acontecimento oficial criado pelo governador do Rio, Sérgio Cabral, para tentar sensibilizar a Câmara dos Deputados a não aprovar e a presidente Dilma a não sancionar o projeto que muda a divisão dos royalties do petróleo já aprovado no Senado.

A meu ver, esse projeto da divisão dos royalties do pré-sal entre os estados produtores e os não produtores, dificilmente será resolvido assim: na base do grito como pretende o governador Sérgio Cabral. Este tema já deu provas, quando estava em tramitação no Congresso Nacional, que sua solução não se aplica a questões de "amizade" e "apreço político" da presidente Dilma com nenhum governador.

Só para ter ideia, a gritaria dos cariocas promovida por Cabral (apesar do carinho que tenho pelos fluminenses) perde sua força diante de um dado incontestável no governo: o mau uso dos recursos. No Rio, o municipio de Campos dos Goytacazes que é o que mais recebe royalties do petróleo (em torno de R$ 1 bilhão por ano) continua em estado lamentável. Nao há desenvolvimento urbano e seu IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) é de 0,725. O que o coloca em 55º lugar entre os 92 municipios do estado. Provando assim que não adianta ter tantos recursos se é mal administrado, se há corrupção, desvios e nada é feito em prol da população que trabalha.

Como este é um assunto que divide o país entre os 24 estados da federação, acredito que a decisão necessita ter bom senso e precisa ser soberana. E tem que se levar em conta igualmente o pleito legítimo dos estados não produtores, pois não só existem brasileiros no Rio, em São Paulo e no Espírito Santo.

O Pré-sal é uma riqueza nacional e deve servir à todos. Aos estados, municípios e cidadãos.

1 Comentários:

Fábio Mayer disse...

Eu defendo uma regra de transição.

Divida-se os atuais royalties dos do Pré-Sal. Quando o Pré-Sal começar a gerar dinheiro, o Rio recebe uma parte menor deles para compensar com a parte que recebe a maior hoje.

Dai alia-se igualdade de direitos com a situação atual.

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